domingo, 9 de janeiro de 2011

Papa diz que Deus está por trás do Big Bang

A mente de Deus esteve por trás de teorias científicas complexas como a do Big Bang, e os cristãos devem rejeitar a ideia de que o universo tenha surgido por acaso, disse o papa Bento 16 nesta quinta-feira. “O Universo não é fruto do acaso, como alguns querem que acreditemos”, disse Bento 16 no dia em que os cristãos celebram a Epifania, o dia em que a Bíblia diz que os três reis magos, seguindo uma estrela, chegaram ao lugar onde Jesus nasceu. “Contemplando (o Universo), somos convidados a enxergar algo profundo nele: a sabedoria do criador, a criatividade inesgotável de Deus”, disse o papa em sermão para 10 mil fiéis na Basílica de São Pedro. Nos casos anteriores em que o papa falou sobre a evolução, ele raramente voltou atrás no tempo para discutir conceitos específicos como o do Big Bang, que cientistas acreditam tenha levado à formação do universo, cerca de 13,7 bilhões de anos atrás.


Pesquisadores do Cern, centro de pesquisas nucleares em Genebra, vêm esmagando prótons juntos em velocidade quase igual à da luz para simular as condições que, acreditam, teriam dado origem ao Universo primordial, do qual terminaram por emergir as estrelas, os planetas e a vida na Terra - e possivelmente em outros lugares também.


Alguns ateus afirmam que a ciência pode provar que Deus não existe, mas Bento disse que algumas teorias científicas são “mentalmente limitadoras” porque “chegam apenas até certo ponto ... e não conseguem explicar a realidade última”.


O papa declarou que as teorias científicas sobre a origem e o desenvolvimento do Universo e dos humanos, embora não entrem em conflito com a fé, deixam muitas perguntas sem resposta. “Na beleza do mundo, em seu mistério, sua grandeza e sua racionalidade [...] só podemos nos deixar ser guiados em direção a Deus, criador do céu e da terra”, disse ele. Bento 16 e seu predecessor, João Paulo 2º, procuram despir a Igreja da imagem de ser contrária à ciência - rótulo que ela ganhou quando condenou Galileu por ensinar que a Terra gira em volta do Sol, contestando as palavras da Bíblia [na verdade, contestando as palavras da Igreja Católica da época, já que a Bíblia nada diz de científico sobre isso].


Galileu foi reabilitado, e hoje a Igreja também aceita a evolução como teoria científica e não vê razão pela qual Deus não possa ter empregado um processo evolutivo natural para formar a espécie humana.


A Igreja Católica deixou de ensinar o criacionismo - a ideia de que Deus teria criado o mundo em seis dias, conforme descrito na Bíblia - e diz que o relato bíblico do livro do Gênesis é uma alegoria para explicar como Deus criou o mundo.


Mas a Igreja é contra o uso da evolução para respaldar uma filosofia ateia que nega a existência de Deus ou qualquer participação divina na criação. Ela também é contra o uso do livro do Gênesis como texto científico. [A Igreja Católica está ajudando a criar uma “cobra” e parece não se dar conta disso...]


UOL


Nota do blog Criacionismo: Os cientistas acreditam que o universo tenha surgido de determinada maneira e então realizam experiências meticulosa e inteligentemente calculadas para obter o resultado desejado. Isso me lembra, de algum modo, a experiência desacreditada de Urey-Miller, já que os cientistas projetaram inteligentemente o experimento para obter o resultado desejado e não testaram o que não pode ser observado. A teoria do Big Bang (à semelhança da macroevolução) está longe de ser consenso, por isso acredito que o papa se coloca em posição complicada ao defender esse modelo de origem para o universo. E se um dia um ou mais cientistas provarem que o modelo está equivocado? Como ficará a tal “infalibilidade papal”? Vale a pena abrir mão da revelação divina para abraçar teorias mutáveis, muitas das quais discordam do relato bíblico? Quando o papa João Paulo 2º deu sua bênção ao darwinismo, na década de 1990, isso me pareceu uma tentativa conveniente de conciliação para evitar confrontos filosóficos, o que não é possível para aqueles que creem na historicidade dos primeiros capítulos de Gênesis e não adotam a teologia liberal. O medo de injustiçar cientistas como Galileu está fazendo o papa ir a outro extremo perigoso.

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